Raymonda |
Um bailado em 3 atos, estreado em 19 de Janeiro de 1898, no Teatro Mariinski em São Petersburgo (Rússia), pela coreografia de Marius Petipa, libreto de Lydia Pashkova e do próprio coreógrafo. Música de Alexander Glazunov. Na estréia, dançaram Pavel Gerdt, como Abderakhman, Pierina Legnani, como Raymonda e Sergei Legat como Jean de Brienne. Atualmente pertence ao repertório do Ballet da Ópera de Paris.
'Raymonda' surgiu a partir da idéia
de misturar a cultura medieval com o exotismo oriental, após sucessos
como 'O Lago dos Cisnes' e "La Bayadére'. Assim pensaram em
ambientar o bailado durante as Cruzadas, onde uma mulher fosse amada por
dois homens e o choque de culturas pudesse ser explorada ao máximo. A
partir destes itens o libreto de 'Raymonda' foi escrito por Lydia
Pashkova, que não foi muito bem aceito por Vsevolojski, diretor do
Teatro Imperial, que o reescreveu junto com Marius Petipa. Havia grandes
incoerências históricas, que mesmo com pequena correção ainda
apresentam deficiências. O Cavaleiro Jean de Brienne só aparece no
final conflito dramático, ou seja, já no final do II ato. O mesmo
acontece com seu rival, o sarraceno Abderakhman, que só entra em cena
como personagem real no II ato, e em todas as suas entradas, fascinado
por Raymonda, tenta conquistá-la, mesmo que à força. Assim os
personagens acabam por se tornar um pouco exangues. A própria Raymonda
não apresenta qualquer profundidade dramática. Petipa queria que o II
ato se passasse em Córdoba ou Granada.
Em suas notas encontramos: O sarraceno decide raptar Raymonda e levá-la
consigo para a Espanha. Foi prevendo isto que compôs a 'suíte
oriental'do II ato. A protagonista deveria inclusive participar dela,
envergando trajes mouros. Petipa desejava ainda acrescentar uma quarta
personagem, a bela Galiana, que seria a sedutora antagonista da
prisioneira provençal. Petipa teve porém que renunciar aos seus
projetos e adequar-se ao enredo mais convencional de Lydia Pashkova e de
Ivan Alexandrovich Vsevolojski. A ação se desenrola no século XIII.
Ato I : Palácio de Raymonda
Prepara-se a festa do aniversário de Raymonda, sobrinha da Condessa Sybil de Daurice, da França. Todos dançam alegres e despreocupados. Entra a Condessa, que repreende os convivas por sua ociosidade. Mostra-lhes a estátua da Dama Branca, uma antepassada sua, que castiga os que se mostram infiéis às tradições da família. O Cavaleiro Jean de Brienne vem despedir-se da noiva, Raymonda. Ele está de partida para uma cruzada chefiada pelo Rei André II, da Hungria. Cai a noite. Surge diante de Raymonda o fantasma da Dama Branca, que conduz a jovem ao Reino Mágico da Fantasia, onde Jean de Brienne a espera. Eles dançam felizes. Repentinamente Jean desaparece. Surge em seu lugar um desconhecido e exótico Cavaleiro Oriental, que faz uma apaixonada declaração de amor à encantada Raymonda. Esta, assustada, desfalece. Com a chegada da aurora, a jovem desperta e conclui que as visões foram uma premonição de seu destino.
Ato II: No castelo dos Daurice
Uma festa está em andamento. Os convidados vão chegando, entre eles o cavaleiro sarraceno Abderakhman, com enorme comitiva. Assustada, Raymonda reconhece nele o misterioso cavaleiro dos seus sonhos. Abderakhman oferece à jovem poder e riqueza em troca da sua mão. Enfurecido ao ver-se repelido por Raymonda, ele decide raptá-la. Nesse exato momento entram Jean de Brienne e os cavaleiros, que retornam da cruzada, tendo à frente o Rei Andrei II. O rei propõe que Jean e Abderakhman decidam seu destino em um duelo. Jean de Brienne sai vencedor. Ele e Raymonda estão novamente juntos.
Ato III: Parque do castelo de Jean de Brienne
Comemoração das bodas de Jean e Raymonda. Desfile dos convidados. Andrei II abençoa os noivos. Os festejos terminam com um grande baile húngaro em homenagem ao rei.