Eugene Onegin |
Tatiana era uma
jovem romântica, que morava numa bela casa de campo com sua mãe Laria e sua irmã
Olga. Aproximava-se o dia de seu aniversário e uma grande festa estava sendo
preparada para celebrá-lo. Com a ajuda das amigas, as duas moças e sua mãe
ocupavam-se com os vestidos das damas para a festa, que depois eram repassados
às mãos de costureiras e empregadas para os reparos finais.
Um tiro de
fuzil vindo dos jardins perturba a concentração das moças que mesmo temerosas,
vão até a porta para ver o que está acontecendo.
Encontram na varanda o
jovem poeta Lenski, noivo de Olga, que viera visitá-la trazendo consigo um
grande amigo acabado de chegar do exterior. Apresenta-os a todas como Eugene
Onegin, seu amigo de infância, descendente da nobreza européia. O rapaz, porém,
não se mostra muito simpático ou à vontade, pois está decepcionado com a vida,
desanimado e descrente de tudo. Ele vinha visitar o amigo em terra distante,
exatamente para buscar novas emoções e alegrias que justificassem sua
existência.
Imediatamente Tatiana se sente atraída pelo desconhecido, mas
percebe, pela maneira como ele a tratava, que a via somente como uma moça boba,
cheia de leituras românticas. Tentando dar uma boa impressão ao jovem, Tatiana
lhe escreve uma linda carta, confessando seus sentimentos e a esperança de poder
ser correspondida. A carta lhe chega às mãos pela sua ama de
confiança.
Convidado para a festa de aniversário, Onegin, mais irritado
do que comovido com as declarações da moça, rasga a carta recebida e diz
claramente que não pode nem quer amá-la.
Tatiana fica desesperada e
envergonhada com a reação do rapaz e a noite alegre de festejos quase se
transforma num tormento para a aniversariante. Sua tristeza é percebida pelo
príncipe Germain, que se aproxima gentilmente, com doces galanteios, acalmando a
bela jovem. Sentindo-se protegida e cortejada, Tatiana dispensa-lhe uma atenção
especial e consegue divertir-se durante o baile, apesar da recusa
sofrida.
Sem mesmo saber porque, Onegin, nervoso e aborrecido, inicia uma
provocação ao seu amigo Lenski, cortejando abertamente sua noiva Olga, que,
inocente, se deixa levar pela lábia do rapaz.
Lenski, furioso, leva a
sério a provocação e considerando-se ofendido, desafia Onegin para um
duelo.
Em vão Olga e Tatiana tentam convencê-lo de desistir de sua
atitude. O poeta se sentia traído pelo melhor amigo e não queria atender de modo
algum ao apelo das moças.
Em meio a opiniões confusas e preocupações de
todos, o duelo se realiza. E, como era previsível, Onegin, exímio atirador, mata
Lenski.
Depois de ver o que havia feito, pela primeira vez, o cínico
visitante sente vergonha e horror de si mesmo. Tatiana, chocada com a atitude do
homem por quem ela pensou estar apaixonada, compreende como estava confusa e
errada em seu amor.
Onegin, completamente arrependido com o destino que
criara para o seu melhor amigo, parte em retorno às terras distantes. Alguns
anos se passam e ainda sem encontrar sentido para a vida, ele volta à cidade de
Olga e Tatiana, com o propósito de se redimir do seu ato impensado e
assassino.
Lá chegando, é apresentado ao príncipe Germain, que o convida
para um baile em sua casa. Na festa, surpreende-se ao reencontrar Tatiana, agora
casada com o príncipe e dona de uma personalidade elogiada por todos os amigos.
Lembra-se com amargura e arrependimento de sua desatenção ao amor tão sincero
que lhe foi oferecido por ela. Profundamente perturbado, depois de lutar muito
com seus sentimentos, Onegin escreve uma carta a Tatiana, revelando, ele agora,
a descoberta do grande amor que sentia por ela.
Ansioso, espera pela
resposta que não vem e, sem muito pensar, apresenta-se pessoalmente à moça na
intenção de recebê-la. Tatiana, porém, que havia expulsado as ilusões de seu
coração por causa das críticas e da negação que recebeu do próprio Onegin,
rejeita-o e na sua presença rasga a carta recebida.
Por uma crueldade ou
fatalidade do destino, ele vai embora desesperado e ela, apesar do que acabara
de fazer, reconhece que ainda o amava profundamente.